Apresentação

O elevado valor pedagógico da Orientação é hoje inquestionável devido às suas potencialidades e características próprias, onde se destacam aprendizagens fundamentais a transportar para a vida adulta, desenvolvimento da cooperação, interdisciplinaridade, conhecimento e respeito pela natureza e desenvolvimento de diversas capacidades nos domínios cognitivo e emocional. Apesar de fazer parte dos programas de Educação Física e Desporto Escolar, a formação inicial nem sempre contempla a abordagem da modalidade de forma sistemática e de acordo com as metodologias mais credenciadas. Pretende-se compensar esta lacuna e criar condições para que a lecionação da Orientação seja uma realidade nas escolas, com fundamentação científica e pedagógica que sustente o processo de ensino/aprendizagem. Destacamos que esta é uma modalidade em desenvolvimento no DE, no Alentejo.

Destinatários

Professores dos Grupos de Recrutamento 260 e 620

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos de Recrutamento 260 e 620. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos de Recrutamento 260 e 620. 

Objetivos

• Conhecer as características e enquadramento da modalidade; • Perceber as vantagens de incluir a matéria nos curricula e projetos; • Conhecer e interpretar a legislação e regulamentação aplicáveis; • Planear percursos (permanentes ou não) adequados; • Produzir um mapa simplificado; • Identificar e aplicar a didática da Orientação; • Adequar a intervenção às caraterísticas dos alunos e meios disponíveis; • Conhecer e aplicar as regras, técnicas e táticas da modalidade; • Conhecer e utilizar o equipamento e o material adequados; • Analisar os comportamentos dos alunos e os resultados alcançados; • Organizar atividades simplificadas.

Conteúdos

1. Enquadramento da modalidade – 1 hora a. Origem, História b. Caracterização e organização da modalidade c. Complexidade dos mapas d. Formas de prática da Orientação e variantes 2. Cartografia I (Elaboração de mapas simples) – 5 horas a. Interpretar o mapa: i. A cartografia específica para a Orientação ii. As cores e o seu significado iii. As escalas iv. As equidistâncias b. A criação do mapa: i. Legendas para escolas, parques e florestas ii. Croqui iii. Mapa base iv. Trabalho de campo v. Teoria do desenho do mapa em OCAD vi. Acabamentos do mapa 3. Técnicas I (Técnicas e táticas da Orientação) – 9 horas a. Técnicas formais: i. Por referências lineares ii. Por referências pontuais iii. Pelo relevo iv. A azimute v. Utilização da bússola b. Técnicas informais: i. O polegar ii. O passo aferido iii. A dobragem do mapa c. Jogos didáticos d. Prática das técnicas formais e. Prática das técnicas informais 4. Organização de Atividades I (Atividades e percursos de formação) – 8 horas a. Os percursos: i. Os princípios ii. Os objetivos iii. A sinalética b. Tipos de percursos: i. Formal – normal ii. Percurso guiado iii. Percurso balizado iv. Percurso em estrela v. Percurso em borboleta vi. “Score 100” c. Os percursos permanentes: i. Os princípios e objetivos ii. Como montar um percurso permanente na escola. iii. Materiais a usar. iv. Locais a utilizar e forma de fixação. v. Manutenção. vi. Percursos permanentes em Parques, Localidades e Florestas 5. Educação Ambiental I (Preocupações ambientais) – 2 horas a. Aspetos a considerar na organização de uma atividade b. As áreas protegidas c. As ações para minimizar o impacto da atividade d. Os cuidados na traçagem dos percursos e. A conduta do atleta

Metodologias

Os conteúdos de natureza mais marcadamente teórica serão desenvolvidos através de sessões expositivas em sala, ilustradas sempre que possível com casos práticos. As sessões de natureza mais focada na prática procurarão levar os formandos a aplicar e desenvolver, em contexto real, os conhecimentos adquiridos, e terão lugar em terrenos de natureza diversa e em que já existam mapas. Sessões de natureza teórico-prática terão lugar em sala ou noutros equipamentos, procurando levar os formandos à aplicação, em contexto simulado ou controlado, de conhecimentos e competências adquiridos, isolando por vezes determinadas competências essenciais.

Avaliação

A avaliação de cada formando será realizada sob o princípio da avaliação contínua, tendo em conta os seguintes parâmetros e ponderações: - Participação; - Realização das Tarefas nas Sessões (40%); - Prova de Conhecimentos; - Trabalho/Projeto Final; - Reflexão Crítica/Relatório Individual (60%). Certificação: - Aplicação das Escalas Quantitativa (1 a 10 valores) e Qualitativa previstas no ECD e orientações subjacentes. A avaliação inferior a 5 implica a não atribuição de certificado; - Regime de Faltas / Presenças - Assistência a, no mínimo, 2/3 do total das horas de formação.

Bibliografia

Aires, A. et al. (2011). Orientação – Desporto com Pés e Cabeça. 2ª Ed. Mafra: Federação Portuguesa de Orientação.Aires, António; Sérgio, Luís e Aires, Tiago (2005); “Manual do Traçador de Percursos”, FPO.Chumbinho, R. (2016), Desporto Com Sentido – Orientação. APCAS.Ferreira, Rui (2010); “Projecto de desenvolvimento da Orientação em contexto do Desporto Escolar”.Melo, J. (2003). Educação, Ambiente e Desportos de Natureza – Uma simbiose possível. Lisboa: Instituto Nacional de Desporto.

Formador

João Victor Carvalho Alves

Cronograma